Ramo Grande

Identificação da Entidade Gestora do Livro Genealógico

Entidade Gestora do Livro Genealógico da Raça Bovina Ramo Grande

Direção Regional da Agricultura | Secretaria Regional da Agricultura e do Desenvolvimento Rural

Vinha Brava | 9701-861 Angra do Heroísmo

Tel: +351 295 404 200 | E-mail: [email protected]

Website: www.bovinoramogrande.pt

Informação sobre a raça

Origem

Com o povoamento do arquipélago dos Açores no século XV vieram bovinos de diversas regiões do Continente que, devido às características insulares e ao isolamento geográfico, adquiriram especificidades próprias e deram mais tarde origem aos bovinos Ramo Grande.

 

História e Evolução

Os primeiros povoadores da ilha Terceira eram de origem Minhota e Algarvia e fizeram-se acompanhar de várias espécies pecuárias. Portanto, seria natural que os animais daí levados fossem os que existiam nessas regiões (Leitão et al., 1943). Quando os navegadores saíram de Sagres e conduziram esses animais e, mais tarde, quando levaram os primeiros povoadores, o Algarve era o centro de dispersão da então variedade algarvia da raça Alentejana, enquanto a região do Minho era um dos principais centros de expansão dos bovinos da raça Galega ou Minhota.

Segundo Medeiros (1978) as raças introduzidas nos Açores foram as nacionais, tais como a Alentejana, a Mirandesa, a Minhota e a Algarvia que sujeitas à insularidade deram origem a um tipo de bovino de pelagem avermelhada, que era designado pela “raça da terra” e que contribuíram para originar um núcleo de animais designado por “Ramo Grande”.

 

Características e Aptidões

Atendendo às condições naturais da Região Açores, o sistema de exploração do bovino Ramo Grande, caracteriza-se por um regime de pastoreio ao longo de todo o ano. O criador tem a preocupação de tentar fazer coincidir com os picos de erva na primavera, as necessidades dos animais, nomeadamente na fase da lactação. Assim, a época de parição das fêmeas está mais concentrada nos meses de fevereiro a maio.

Os bovinos Ramo Grande caracterizam-se pela sua corpulência e ótimas qualidades de trabalho, tendo sido tradicionalmente explorados como produtores de carne, leite e trabalho, isto é, com tripla aptidão. Os fatores que mais têm contribuído para o acréscimo de bovinos da raça, nos últimos anos, para além da utilização crescente da inseminação artificial e dos incentivos previstos nos pagamentos agroambientais, são o temperamento dócil e de fácil ensino, a participação assídua nos cortejos etnográficos e nas festas tradicionais açorianas e, mais recentemente, a certificação da Carne Ramo Grande DOP.

-Rusticidade     -Longevidade Produtiva     -Boa capacidade maternal     -Docilidade

 

Padrão da raça

  • Aspeto geral – Estes bovinos caracterizam-se por apresentarem um esqueleto forte e articulações largas, além da sua enorme estatura. Sendo longilíneos, o terço anterior é mais desenvolvido que o posterior o que se coaduna com uma raça portadora de excecionais qualidades de trabalho.
  • Pele e pelagem – Nestes bovinos a cor da pelagem é o vermelho mais ou menos intenso, simples, ou, raras vezes, malhado em determinadas zonas específicas. A coloração predominante das aberturas naturais é a almarada; a coloração escura existe numa percentagem pouco significativa de animais. No que respeita à cor das órbitas, a coloração clara também é a que predomina nas várias ilhas, apesar de a coloração escura apresentar valores ligeiramente superiores no caso da ilha de São Jorge.
  • Cabeça – Bem desenvolvida, marrafa pouco farta e assente numa protuberância frontal pouco saliente. O perfil é predominantemente convexo, caracterizado por uma protuberância frontal proeminente ou arredondada, em calote esférica, órbitas não salientes. Os cornos apresentam um tamanho médio e são predominantemente opistóceros, isto é, à nascença desviam-se um pouco para trás, saem depois quase horizontalmente para os lados, voltando-se para a frente, com as pontas viradas para cima.
  • Pescoço – Regularmente desenvolvido apresentando o bordo superior reto ou pouco convexo, enquanto que o inferior é provido de barbela que, por ser pouco desenvolvida, quase passa despercebida.
  • Tronco – O tronco, no seu conjunto, chama a atenção pelo desenvolvimento mais acentuado no terço anterior em relação ao posterior, ligados entre si por um costado pouco alto e pouco arqueado, o que o torna um tanto achatado. A opção atual de exploração dos animais sobretudo para a produção de carne tem permitido o melhoramento desta conformação tornado os animais mais harmoniosos.
  • Garupa – Mais comprida que larga, regularmente musculada, em alguns casos um pouco descaída lateralmente. A inserção da cauda sobre a garupa tende a ser ligeiramente alta, no entanto, este tem sido um ponto de seleção pelos criadores pelo que tende a tornar-se correta.
  • Sistema mamário – Úbere medianamente desenvolvido e com boa implantação; os tetos têm, no geral, um desenvolvimento assimétrico e são grossos. A cor do úbere difere podendo ser branco ou esbranquiçado, avermelhado ou vermelho malhado de branco.
  • Membros – Os membros são de longitude média a elevada, com boas articulações, aprumos corretos e terminam por unhas afogueadas e resistentes.