O Secretário Regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural destacou hoje, em Angra do Heroísmo, os três instrumentos essenciais para o desenvolvimento da área vitivinícola nos Açores utilizados pelo Governo Regional, designadamente o programa VITIS, IVV – Instituto da Vinha e do Vinho e o Plano Estratégico para a Vitivinicultura.
António Ventura falava à saída de uma reunião com a direção da Adega Cooperativa dos Biscoitos, onde evidenciou o programa VITIS, cujas candidaturas abriram no passado dia 16 de junho, decorrendo até 29 de julho, como sendo “um programa que tem tido uma boa prestação em termos de reconversão de vinha nos Açores”.
“Existem já cerca de 1000 alqueires de terreno reconvertido ao abrigo do programa VITIS no valor de 25 milhões de euros. Este ano, abrimos com o valor total de dois milhões de euros e prevemos que possam existir candidaturas à volta dos 100 alqueires, ou seja 10 hectares, distribuído por todas as ilhas”, disse.
“De um modo geral, o programa VITIS pretende dar um impulso e é um dos três instrumentos que o Governo Regional tem em aplicação para desenvolver a vinha e o vinho, quer como atividade económica a tempo inteiro, quer como rendimento complementar de muitas famílias”, acrescentou.
O governante frisou que apesar do programa VITIS ter um maior efeito nas regiões demarcadas, como na ilha do Pico, nos Biscoitos, na ilha Terceira e na ilha Graciosa, “é um programa que está aberto a todas as ilhas, apresenta algumas novidades, desde logo a exigência de matéria-prima estar associada a uma transformação, para que não existam excessos nem défices”.
“Toda a produção tem que estar assegurada em termos de compra pela transformação, porque esta tem depois a venda aos mercados e para que não haja excessos ou para que o preço continue a ser o mais justo possível, este programa exige essa ligação e este compromisso de compra por parte da transformação”, explicou o governante.
Relativamente ao Plano Estratégico para a Vitivinicultura, o Secretário Regional adiantou que “houve um grupo de trabalho que o contruiu e agora este passa ao grupo operacional, que vai operacionalizar nos próximos 10 anos aquilo que são as ações e medidas políticas para que a vinha passe a ser um elemento económico, de abrangência demográfica, social e gastronómica para os Açores.”
No que diz respeito ao IVV – Instituto da Vinha e do Vinho, António Ventura adiantou que este está “na fase de regulamentação e até ao final do ano será uma realidade”.
O responsável pela pasta da agricultura acrescentou que o Executivo está a pensar contribuir com mais algumas ações de carácter prático no segundo semestre desde ano, de modo a ajudar este setor, desde logo, com a criação de avisos meteorológicos para os produtores de vinho, para que antecipadamente estes possam preparar os tratamentos fitossanitários perante a ação do clima na vinha.
“Foi estabelecido também na reunião com a Adega Cooperativa que iremos dar formação em áreas como as enxertias ou as podas, através de uma ligação com as escolas profissionais”, acrescentou.
António Ventura frisou ainda a falta de mão-de-obra verificada nesta área, acrescentando ser possível colmatar a mesma com a aposta na formação de jovens, assim como através de uma parceria técnica com a Adega Cooperativa para a “vulgarização para os associados”.