Ilha de São Jorge com maior efetivo de bovinos da raça Ramo Grande, declara António Ventura
29/05/2024

O Secretário Regional da Agricultura e Alimentação identificou hoje, nas Velas, a evolução que se tem verificado nos últimos 10 anos do número de bovinos da raça Ramo Grande na ilha de São Jorge, referindo que dos 2.443 animais da espécie existentes nos Açores, a ilha de São Jorge possui quase mais de metade do efetivo.

“Se em 2015 tínhamos 889 bovinos da espécie em São Jorge, hoje temos 1150, sendo a ilha com o maior número de efetivos da raça Ramo Grande em toda a Região, num total de 2.443 animais”, anunciou.

António Ventura falava à margem de uma reunião com a direção da Associação de Agricultores da Ilha de São Jorge, no âmbito da visita estatutária do Executivo àquela ilha.

Recorde-se que a raça de bovinos do Ramo Grande é uma das raças autóctones dos Açores, consideradas pelo Secretário Regional como “um património e identidade genética que tem várias vantagens, designadamente, didática, patrimonial, produtiva e social”.

Na ocasião, o responsável pela pasta da agricultura lembrou ainda o aumento do apoio para a proteção das Raças Autóctones, que agora representa um valor anual de 250 euros por cabeça normal para os animais bovinos da raça Ramo Grande, de acordo com a Portaria n.º 19/2024 de 22 de abril de 2024.

O governante destacou a raça de bovino do Ramo Grande pelo facto de “por detrás de cada animal existir um bocadinho de história dos Açores”, tendo em conta que esta foi “uma raça trazida para o arquipélago pelos primeiros povoadores com uma utilidade tripla, designadamente para o trabalho, para a produção de carne e para a produção de leite”.

O Secretário Regional relembrou também que já em 2024 foram aprovadas 74 candidaturas ao apoio à preservação e manutenção das juntas de bois da raça autóctone Ramo Grande, criado pelo Governo Regional dos Açores, num valor global de cerca de 19.600,00 euros, sendo São Jorge a ilha com mais juntas de bois a serem apoiadas, num total de 37.

“As juntas de bois da raça autóctone Ramo Grande fazem parte das tradições e da cultura do arquipélago e a sua manutenção acarreta custos que importa comparticipar de modo a garantir a continuidade da raça e, por consequência, assegurar as manifestações culturais inerentes”, justificou.

Este apoio tem por base o facto de a raça autóctone Ramo Grande ser originária da Região Autónoma dos Açores e existir a necessidade premente de a preservar como um património identitário e garante da biodiversidade genética.

“É, por isso, uma raça com tradição, identidade cultural, didática, turística e etnográfica e, portanto, um elemento característico de projeção dos Açores”, concluiu António Ventura.

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