O Secretário Regional da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, António Ventura, defendeu hoje, na Horta, que o grande objetivo na sua área é evoluir a capacidade de os Açores serem uma Região produtora de agroalimentos, comprometendo-se a trabalhar com “muito empenho, dedicação e visão estratégica” nesse sentido.
António Ventura falava na Horta, na Assembleia Legislativa Regional, durante o debate parlamentar sobre a proposta de Plano e Orçamento da Região para 2021.
Na ocasião, o governante esclareceu que, no Plano para 2021, pretende que o Arquipélago produza agroalimentos diversificados, com conteúdo nutricional, produzidos de modo sustentável, de maneira inclusiva, a preços justos, que criem emprego, que fixem pessoas, que combatam o envelhecimento e que diminuam a dependência externa alimentar.
“Na verdade, a riqueza de um País ou de uma Região também se mede pela sua capacidade de produzir alimentos para consumo interno e para exportação”, defendeu António Ventura.
Quanto à produção de leite, a carne, as hortícolas, as frutícolas, o vinho, o mel entre outos agroalimentos, o titular da Agricultura salientou que “são produções regionais que contribuem para suportar e afirmar a Autonomia”, prestigiando os Açores além-fronteiras, “sem limites”.
“Os nossos agroalimentos são um valor autonómico de várias dimensões, desde logo, na economia, na fixação humana, na coesão regional e na identidade de cada uma das nossas ilhas e das suas gentes”, sustentou.
O Secretário Regional da Agricultura exemplificou ainda que, enquanto países e regiões estão a desaparecer do mapa europeu da produção de leite, a Região Autónoma dos Açores está, “dia após dia, a comprovar a sua vocação produtiva neste setor”.
Esta circunstância deve ser para o arquipélago justificação de “orgulho” e “motivo de bandeira agroalimentar”, reforçou o Secretário Regional, acrescentando que a Região produz “o melhor leite do mundo”.
Nesse sentido, o governante considerou que este plano evidencia um esforço financeiro no apoio direto às produções locais vegetais e animais, no âmbito do POSEI, que ascende a 94% na componente regional, quando comparado com 2020 e quando comparado a 2016, ano em que existiu o primeiro reforço regional, representando um aumento de 300%.
O chefe da tutela da Agricultura assegurou também que os Açores estão em condições de garantir que os produtores de agroalimentos vão receber pela primeira vez os apoios “sem cortes”, isto é, as ajudas à perda de rendimento anunciadas serão as “efetivamente pagas”.
António Ventura deixou um apreço e uma palavra de reconhecimento e gratidão ao trabalho diário dos agricultores, que desde o início da pandemia “nunca faltaram à Região com alimentos”.
“Mais uma vez se comprova que a agricultura nos Açores é a nossa trave mestra”, tendo as várias crises vindo a provar este facto, sublinhou.
Para este ano, o titular da Agricultura garantiu que a Região cresceu em 34% no total do investimento, e de 53% no esforço regional nas verbas financeiras relativas à produção de agroalimentos em zonas desfavorecidas, comparativamente a a 2020.
“Aumentámos em 12% as verbas destinadas à agricultura biológica e medidas do Agroambiente e Clima”, continuou.
Na Agricultura Biológica, o governante revelou que aumentou em 333% os montantes financeiros, quando comparados com a média dos últimos seis anos.
Relativamente à medida do Agroambiente e Clima, foram “elevadas em 39% as verbas para este ano, comparativamente à média dos últimos seis anos”, prosseguiu.
António Ventura adiantou também que quanto ao apoio ao investimento nas explorações agropecuárias a Secretaria Regional da Agricultura subiu em 36% o esforço regional financeiro.
Assim, o Secretário Regional asseverou que, para este ano, foram aumentados em 237% os montantes para os seguros agrícolas, comparativamente à média dos últimos seis anos.
O governante realçou que esta proposta de Orçamento estima a agrociência na vertente da investigação, da inovação, da experimentação e do aconselhamento, mas com “uma visão de futuro”, ou seja, “de permanente ajustamento”.
O documento em apreço, segundo o Secretário Regional da Agricultura, “desperta para as oportunidades do agrorural na esfera da bioeconomia e da economia circular”.
A proposta do Plano e Orçamento comporta uma “atitude prospetiva” no encontro de novos mercados, no conhecimento da formação dos preços e “na capacidade de antever o comportamento das globalizações e seus acordos”, explicou.
Deste modo, e de acordo com António Ventura, o documento aumenta também as verbas para o bem-estar animal nos animais de companhia em 35%, comparativamente a 2020.
No fim da sua intervenção, o titular da pasta da Agricultura disse que o Plano contém um investimento público em infraestruturas, com financiamento da União Europeia, com a manutenção e gestão dos caminhos de acesso às explorações, do abastecimento de água e da eletrificação.