Escaravelho Japonês – Popillia japonica

A primeira deteção deste inseto nos Açores, verificou-se em 1970, na ilha Terceira. No Faial apareceu em 1996 e em São Miguel em 2003. Nestas três ilhas foram tomadas medidas de combate e de tentativa de erradicação, todas sem sucesso. O inseto continuou a espalhar-se e atualmente já está presente em todas as ilhas com exceção de Santa Maria. Durante muitos anos os Açores foram a única região da Europa com este inseto.

Em 2014 apareceu no Norte de Itália. Foram igualmente tomadas medidas para o tentar eliminar da área onde foi detetado, mas tal não foi conseguido. O inseto continua a dispersar-se e em 2017 acabou por chegar à Suíça.
Nos Açores, o escaravelho japonês só tem uma geração por ano e durante o seu ciclo de vida, passa pelos estados de ovo, larva, pupa e inseto adulto, conforme se pode ver na figura abaixo.

De setembro a meados de abril, as larvas vivem no solo e alimentam-se de raízes das plantas, sobretudo de gramíneas das pastagens. Os adultos começam a aparecer no fim do mês de maio, princípio do mês de junho e deixam de se ver em setembro. Têm um tempo médio de vida de 30 a 45 dias e o número médio de ovos postos por cada fêmea no solo varia de 30 a 60.

De meados de julho a meados de agosto o número de insetos adultos atinge o seu valor máximo.

O escaravelho japonês é um inseto de quarentena que no estado adulto ataca cerca de 300 espécies de plantas. Nos Açores, prefere alimentar-se de folhas e flores de luzerna, feijão, ameixieira, pessegueiro, macieira, marmeleiro, trevo encarnado e trevo branco, vinha, milho e sobretudo de silvas.

Por ser um inseto de quarentena e uma praga prioritária, as leis fitossanitárias da União Europeia1 tornam obrigatória a monitorização dos níveis populacionais dos escaravelhos adultos durante o período de voo. Essa monitorização faz-se a partir da contagem semanal dos adultos capturados em armadilhas próprias para este fim. Deste modo, em todas as ilhas são instaladas armadilhas em vários locais para se conhecer a quantidade de insetos adultos capturados anualmente. Embora essas armadilhas possam contribuir para diminuir a quantidade de insetos, o seu objetivo não é propriamente o combate ao escaravelho japonês.

Nos casos em que os níveis populacionais deste inseto forem muito elevados e se verificar estragos nas culturas abaixo indicadas, poderá recorrer-se à aplicação do inseticida EPIK SL nas concentrações indicadas no quadro abaixo. Ter em atenção que só podem ser realizadas no máximo 2 aplicações por ciclo cultural, com este produto e outros contendo neonicotinoides. Deverá ainda ler o rótulo com atenção antes da utilização deste e de outros produtos fitofarmacêuticos.

Cultura Concentração
Ameixeira 100 ml/100l
Amora-silvestre

Framboesa

180 ml/100l
Damasqueiro (=alperceiro, alpercheiro)

Macieira

Nespereira

Marmeleiro

Ornamentais (árvores e arbustos)

Ornamentais para a produção de folha, flor e/ou fruto (de corte e/ou em vaso)

Pereira

Pessegueiro

Silvas espontâneas

Videira

200 ml/100l

Para mais informações poderá contatar o Serviço de Desenvolvimento Agrário da sua ilha (Portal da Agricultura dos Açores » Contactos (azores.gov.pt)) ou a Direção de Serviços de Agricultura (tel.: 296 204 350; email: [email protected]).